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Memória
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Theatro Municipal de São Paulo: 102 anos de história
No carnaval de 1898, o antigo Teatro São José, importante espaço
cultural de São Paulo que recebia diversas companhias estrangeiras,
foi destruído por um incêndio. A cidade, que se encontrava em pleno
crescimento econômico e populacional e se espelhava em grandes
centros culturais como Paris, aproveitou o incidente para alavancar
um projeto que a elite paulistana já alimentava desde 1895: a
construção de uma grande casa de óperas que desse projeção à jovem
metrópole.
E foi assim que, em 1903, a pedra fundamental do Theatro Municipal
de São Paulo foi lançada pelo então prefeito Antônio Prado
(1840-1929). Idealizado pelo arquiteto e cenógrafo italiano Cláudio
Rossi (1850-1935), colaborador do Escritório Técnico de Ramos de
Azevedo, o edifício de estilo eclético foi construído inspirado na
Ópera de Paris. O detalhamento arquitetônico foi realizado com a
colaboração de Domiziano Rossi (1865-1920), contando com obras de
arte como bustos, colunas neoclássicas, bronzes, vitrais, mosaicos
e mármores.
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Theatro Municipal durante seu período de obras, 19 de julho de
1907
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Anúncio da inauguração do Theatro Municipal com a data de 11 de
setembro de 1911, mas que seria atrasada em um dia
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Fato inusitado é que a grande inauguração do Theatro Municipal se
deu com um dia de atraso, em 12 de setembro de 1911. Responsável
pelo concerto inaugural, a companhia do barítono italiano Titta
Ruffo, na época no auge da fama, vinha de Buenos Aires, mas os
navios com os cenários e figurinos não chegaram a tempo ao Porto de
Santos. Ruffo e sua Cia estrearam a Casa com a ópera Hamlet, do
francês Ambroise Thomas. No entanto, para abrir a noite, optou-se
por um trecho da obra brasileira "O Guarani", de Carlos
Gomes.
Uma multidão de 20 mil pessoas conferiu, de fora, a inauguração do
Theatro, e mais de cem dos trezentos veículos da frota paulistana
da época provocaram o primeiro congestionamento de veículos da
cidade. Onze anos mais tarde, o local seria palco da Semana de Arte
Moderna de São Paulo, evento símbolo do início do modernismo no
Brasil. Em sua história, o Theatro Municipal recebeu grandes nomes,
como Maria Callas, Villa-Lobos, Enrico Caruso, Mikhail Baryshnikov,
Duke Ellington e Ella Fitzgerald.
Saiba mais: Livro "Theatro Mvnicipal de São
Paulo: 100 anos - Palco e plateia da sociedade paulistana", de
Marcia Camargos.
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Vista do Teatro Municipal a partir do Viaduto do Chá. O edifício,
prestes a ser inaugurado, representava um importante cliente da
Light, que foi responsável
pelas instalações elétricas. No dia de inauguração, a empresa
instalou 42 lâmpadas americanas Adams-Bagnall nas escadarias de
acesso.
Foto de Guilherme Gaensly, década de 1910
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Viaduto do Chá e à direita, ao fundo, o Teatro Municipal, s.d. Na
imagem, dos primeiros anos do século 20, ainda é possível ver parte
do casario que seria demolido para a abertura do Vale do
Anhangabaú
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Parque do Anhangabaú em 1983. Ao centro, em destaque, está o
Theatro Municipal. O projeto de urbanização da região e abertura do
parque data da década de 1910
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Espaço das Águas
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Cantareira Velho: o início do
saneamento em São Paulo
Até o final do século 19, a população de São Paulo tinha
acesso à água pelos rios, córregos e fontes naturais. No entanto,
com o crescimento populacional, a questão do abastecimento se
tornou um problema coletivo, o que levou um grupo de empresários a
criar, em 1877, a Companhia Cantareira e Esgotos, a primeira
instituição responsável pelos serviços de saneamento na
Capital.
O projeto do "Cantareira Velho", primeiro sistema de abastecimento
de água de São Paulo, já datava de 1863, mas só seria colocado em
execução com a criação da Cia Cantareira. Com capacidade para
abastecer 60 mil habitantes - o dobro da população existente na
época, o Sistema foi inaugurado em 1881. Os primeiros beneficiários
do empreendimento foram moradores de 71 prédios do bairro da Luz
que receberam água em casa, em 1883. No mesmo ano, ficaria pronto o
Reservatório da Consolação, responsável pelo abastecimento do
centro da cidade.
Já na última década do século 19, a Cantareira e Esgotos não
conseguiu manter e ampliar o Sistema, fazendo com que o Governo
assumisse o controle dos serviços de saneamento criando a
Repartição de Água e Esgotos da Capital (RAE). Neste período, o
Estado ampliou a captação de água da Serra da Cantareira
aproveitando todos seus recursos hidráulicos e estendeu a rede de
esgotos a toda a área habitada de São Paulo. O "Cantareira Velho"
contribuiria para o abastecimento da cidade até a década de 1970,
quando foi substituído por um novo sistema.
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Passagem do Matheus, do "Cantareira Velho", localizada em meio à
Serra da Cantareira. 1893. Foto de P. Doumet. Acervo Memória
Sabesp

Estação Elevatória do Engordador, pertencente ao antigo Sistema
de
Abastecimento da Cantareira. 1901. Foto de P. Doumet. Acervo
Memória Sabesp
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Represa do Toucinho, na Serra da Cantareira, pertencente ao
"Cantareira Velho". 1893. Foto de P. Doumet. Acervo Memória
Sabesp
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Represa Principal do Engordador, do antigo Sistema Cantareira.
1893. Foto de P. Doumet. Acervo Memória Sabesp
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Notícias
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Aberta exposição sobre
comunidade judaica do Bom
Retiro no Museu da Energia de
São Paulo
Até o final de outubro, o Museu da Energia de São Paulo recebe a
exposição inédita "Bom Retiro: Relatos - Retratos", da artista
plástica Ofra Grinfeder. A mostra, que ocupa a área externa do
Museu, apresenta telas de personagens da Instituição Beneficente
Ten Yad, e busca estabelecer a memória emocional destes adultos e
idosos com carências significativas e que pertencem à comunidade
judaica. Os quadros acompanham relatos dos personagens coletados em
depoimento pela professora Itanira Heineberg.
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Metrô República recebe mostra
sobre a Revolução de 1932 até
o final do mês
Entre os dias 10 e 30 de setembro, a Estação República do Metrô de
São Paulo abriga a exposição "1932, o Ano da Revolução
Constitucionalista". A mostra é composta por imagens do acervo da
Fundação Energia e Saneamento, selecionadas entre as mais de
trezentas que registram cenas da Revolução Paulista.
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Grupo geral de aviadores, S.d.
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Museu da Energia de
São Paulo recebe intervenção
artística de Alexandre Órion
O muro do Museu da Energia de São Paulo recebeu, no último mês, uma
intervenção do artista multimídia Alexandre Órion. A ação integra o
projeto "Bom Retiro e Luz", do Sesc Bom Retiro, que apresenta as
transformações do bairro paulistano nas últimas décadas por meio de
intervenções de grafite e fotografias das famílias antigas e atuais
da região. Outro projeto de valorização dos bairros no entorno do
Museu é o "
Ciclo de Olhares - Luz e Sombra de São Paulo", que, entre
outras ações, selecionará 24 cartas de amor à região da Luz para um
programa de performances e intervenções urbanas inspirado nos
bairros do Bom Retiro, Campos Elíseos, Santa Ifigênia e Luz.
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Intervenção de Alexandre Órion no muro do Museu da Energia de São
Paulo
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