BOLETIM – ABRIL 2013

Memória

Gaensly e o registro da
São Paulo em desenvolvimento


Quem deseja saber mais sobre a história da urbanização e industrialização de São Paulo certamente irá se deparar com o nome de Guilherme Gaensly. O fotógrafo e imigrante suíço foi o principal autor das imagens da cidade no início do século XX, período em que a capital iniciou seu grande crescimento econômico e populacional. Além da intensa produção de estampas e cartões postais, a obra de Gaensly é marcada por um forte rigor técnico e formal e inclui registros fotográficos de quando trabalhou para a empresa São Paulo Light & Power (de 1899 a 1925), ao ser contratado para documentar as atividades da companhia de energia. Desse período, datam imagens da instalação de infraestrutura de geração de energia, como a construção de usinas, além do estabelecimento do transporte coletivo a bonde.

Parte integrante do acervo da Fundação Energia e Saneamento, esse conjunto fotográfico é composto por 781 imagens – entre assinadas e atribuídas a Gaensly. O processo de atribuição de autoria, realizado pelo especialista em conservação fotográfica Sergio Burgi, confirmou que a Fundação dispõe do maior acervo conhecido do fotógrafo. Um conjunto de imagens de Gaensly fará parte do livro “Transformações Urbanas: São Paulo – 1893 a 1940”, que será lançado ainda este ano, também em comemoração aos 15 anos de criação da Fundação. Confira alguns de seus trabalhos nesta edição do Boletim.

Considerada a “imagem zero”, a foto acima é o primeiro registro de Gaensly para a Light, e mostra o início das obras de implantação das linhas de bonde na Rua 25 de março, em 5 de julho de 1899
Em 1901, entrava em operação a primeira hidrelétrica da Light no Brasil, a Usina de Parnaíba, que operava com 2 MW de capacidade. A imagem, registrada por Gaensly em 19 de julho de 1900, revela as obras do conduto forçado principal, entre os dois reservatórios da Usina Parnaíba, com 12 pés de diâmetro

Gaensly “volta à Suíça” em exposição

Guilherme (ou Wilhelm, seu nome verdadeiro) Gaensly imigrou para o Brasil em 1848. Tinha apenas cinco anos de idade quando desembarcou em Salvador, acompanhado da família. Já passados mais de 80 anos de sua morte, o suíço finalmente terá seu trabalho reconhecido no país de origem. O Museu Johann Jacobs, da Suíça, está sendo remodelado e prepara-se para receber uma nova exposição que trata da imigração e das realizações de suíços em outros países. Com o objetivo de selecionar fotos de Gaensly para a exposição, o professor doutor Stefan Wellgraf, que participa da curadoria da mostra, veio ao Brasil e visitou o Núcleo de Documentação e Pesquisa da Fundação, escolhendo algumas das imagens do acervo. A exposição do Museu Johann Jacobs será aberta em 2014.

O acervo “Gaensly” em números

– Série São Paulo:

– 612 imagens (14 assinadas e 598 atribuídas, todas do período em que Gaensly trabalhou para a Light, de posse exclusiva da Fundação)

– Série Parnaíba: 73 imagens (todas atribuídas, exclusivas da Fundação) – Série Sorocaba: 41 imagens (todas atribuídas, exclusivas da Fundação)

– Álbum Lembranças de São Paulo: 55 imagens (assinadas por Gaensly, do período anterior a Light, de 1895-1899).

À direita, Gaensly registra o vapor São Gottardo atracando no cais do porto de Santos, trazendo os imigrantes – que se reúnem à murada para observar a nova terra, ca. 1896-1900. A foto em questão é uma das selecionadas para a exposição no Museu Johann Jacobs, na Suíça

A imagem acima, de julho de 1916, revela a vista parcial da barragem do rio Sorocaba, destacando o reservatório principal. O bloco, à esquerda, junto à barragem, corresponde, provavelmente, ao ponto de tomada de água
Na imagem de 1908, um vagão para transporte de cargas: o bonde número 214. A foto integra o grupo de imagens que teve autoria atribuída a Gaensly

Rede Museu da Energia

Casarão em Campos Elíseos

Uma das unidades da Rede localizada em área urbana, o Museu da Energia de São Paulo é um casarão no bairro de Campos Elíseos, projetado por Ramos de Azevedo e erguido em 1894. Pertenceu ao rico cafeicultor (e irmão do famoso aviador) Henrique Santos Dumont, que nela residiu até a década de 1920. Entre 1927 e 1951, o local passou a abrigar o Colégio Stafford, um internato feminino, e recebeu a construção de edifícios anexos. Após o período, a casa ficou sob a responsabilidade da instituição filantrópica Sociedade Pestalozzi (hoje instalada na zona leste da cidade). No inicio dos anos 80, o casarão – que estava vazio – foi ocupado por moradores sem-teto. Em 2001, após o processo de reintegração de posse, o imóvel foi cedido pelo Governo do Estado de São Paulo para a Fundação Energia e Saneamento. Comprometida em restaurar o imóvel e oferecê-lo ao público como Museu da Energia, a instituição conseguiu obter o tombamento do casarão pelo Condephaat e Conpresp. O Museu foi inaugurado em junho de 2005.

Casarão que abriga hoje o Museu da Energia na época em que era residência de Henrique Santos Dumont. Na imagem, o cafeicultor aparece no carro à esquerda, enquanto o irmão e aviador Alberto Santos Dumont está no veículo que deixa o prédio. Imagem: Acervo Fundação Casa de Cabangu

Grupo de alunas do Colégio Stafford ao lado da diretora Blandina Ratto, s.d.
Acima, edificações anexas ao casarão antes do restauro, no período em que
o imóvel foi cedido à Fundação

À direita, casarão restaurado, devolvido à sociedade como Museu da Energia.
Foto de Ana Lúcia Mariz

Espaço das águas

Concurso de fotografia sobre o Tietê abre inscrições em maio

Para comemorar os 100 anos da primeira geração de energia da Usina de Salesópolis, inaugurada em 1913, o Museu da Energia da cidade abre inscrições, no dia 14 de maio, para o concurso de fotografia “Fatos e fotos do rio Tietê”. As imagens vencedoras serão apresentadas em exposição no início de julho, para o lançamento do Espaço das Águas no museu. As inscrições para o concurso seguem abertas até o dia 14 de junho.



À direita, a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Salesópolis é a primeira usina instalada ao longo do rio Tietê. Foto de Caio Mattos

Notícias

Fundação comemora 15 anos com lançamento de portal

No mês de março, entrou no ar o novo portal da Fundação Energia e Saneamento, que comemora 15 anos de atividades. O site ganhou um layout mais moderno e entre as facilidades para o internauta, destacam-se o fácil acesso ao banco de imagens e a ferramenta de compartilhamento de informações nas redes sociais em todas as seções. Com design dinâmico, navegação mais ágil e novas ferramentas de interatividade, o portal atende leigos, técnicos e pesquisadores, tornando-se um ponto de encontro para todos os interessados em história e atualidades dos segmentos de energia e saneamento. No site, também é possível se informar sobre projetos da Fundação e a programação da Rede Museu da Energia e do Espaço das Águas.

Universidade de Harvard inclui
Núcleo de Documentação e
Pesquisa em programa de
incentivo a acervos

O Núcleo de Documentação e Pesquisa (NDP) da Fundação Energia e Saneamento foi incluído no Programa para Bibliotecas e Arquivos Latino Americanos (PLALA), criado pela Universidade de Harvard. O Núcleo receberá recursos para a digitalização de fitas magnéticas e filmes em películas, dos fundos Cesp, Eletropaulo e Comgás. O projeto começa neste ano e irá facilitar a consulta ao material por pesquisadores.

O acervo audiovisual reúne, entre outros, registros únicos da construção de usinas hidrelétricas, como as de Jupiá, em 1969 (foto à esquerda) e Capivara, de 1978.

Fundação participa do
Seminário Internacional
Biomassa, Biogás e Eficiência
Energética

A Fundação Energia e Saneamento foi uma das instituições apoiadoras do Seminário Internacional Biomassa, Biogás e Eficiência Energética, realizado no Palácio dos Bandeirantes nos dias 2 e 3 de abril. O evento, organizado pela Secretaria do Estado da Energia, é uma iniciativa da Cúpula de Líderes Regionais e reuniu especialistas do Brasil e estrangeiros que apresentaram projetos de pesquisa e inovação em energia. A instituição foi representada, na abertura, pela superintendente Mariana Rolim e pelo vice-presidente do conselho curador Marco Antonio Mroz. Na ocasião, foi assinado decreto que cria o Programa de Biocombustíveis e o Levantamento do Potencial Solar do Estado de São Paulo. O seminário faz parte do projeto piloto da Rede Mundial de Energias Renováveis, Eficiência Energética e Conservação de Energia, composta por universidades, institutos de pesquisa e clusters industriais. O evento contou também com o apoio da ARSESP, Agência Desenvolve SP, Metrô, Omnis Biotechnology.

Na abertura do Seminário, o governador Geraldo Alckmin e o secretário de Energia José Aníbal lançaram o Programa Paulista de Biocombustíveis. Imagem: Divulgação
Jovens em ação educativa no Museu da Energia de Rio Claro. Foto: Caio Mattos

Museu da Energia oferece
gincanas e jogos no Dia da
Terra e Educação

As unidades da Rede Museu da Energia trarão programação diversificada no mês de abril, em virtude do Dia da Terra (22) e Educação (28). Entre 23 e 28, o Museu de Salesópolis terá a atividade gratuita “Educando para Preservar”, uma visita guiada que promove a discussão sobre temas relacionados a educação ambiental. A temática também será abordada na unidade de Jundiaí, onde o Dia da Terra será comemorado com um quiz especial, o jogo de perguntas “EducaTerra”. Em Rio Claro, entre os dias 22 e 26 de abril, o Museu promove o roteiro “Horta Orgânica”, que faz um circuito de visitas a locais, onde serão transmitidos conhecimentos gerais sobre cultivos e vegetais. No Dia da Educação (28), o Museu da Energia de São Paulo celebra a data com uma gincana educativa ao estilo caça ao tesouro. Veja a programação completa no site da Fundação.

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Mariana Rolim, Miguel Zioli e Raquel Lucat
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