BOLETIM – ABRIL 2015

Fundação Energia e Saneamento

Memória

Vista geral da Usina Henry Borden, de Cubatão. 1948

Usina Henry Borden – os 90 anos do Projeto da Serra

Há exatos 90 anos, em abril de 1925, tinha início, na Serra do Mar, em Cubatão, a construção da Usina Henry Borden, o mais audacioso e polêmico projeto de geração de energia da extinta Light. A ideia do empreendimento surgiu quando a Light, responsável pelo fornecimento de eletricidade à Capital desde 1900, passou a ter dificuldades para atender a demanda por energia. Além da crescente industrialização paulistana, que exigia cada vez mais eletricidade, a situação agravou-se com o movimento armado de 1924 e a prolongada seca ocorrida no mesmo ano. A crise hídrica levou à redução do fornecimento em cerca de 70%. Dessa forma, a empresa iniciou estudos para a construção de uma nova hidrelétrica nas proximidades de São Paulo.

Contratado pela Light, o engenheiro norte-americano Asa White Kenney Billings, que chegara à Capital em 1922, foi o autor do projeto e executor das obras da Henry Borden, acompanhado de uma equipe que incluía o também americano F. S. Hyde. Ao observar o rio das Pedras, um dos únicos cursos que nasce no planalto paulistano e corre em direção ao mar, Hyde pensou em uma solução simples que, segundo o engenheiro Milton Vargas, pode ser considerada a primeira “grande sacada” da engenharia hidrelétrica brasileira: a reversão do curso dos rios.

Homens trabalhando nas obras no alto da Serra do Mar, na colocação
do primeiro tubo das linhas adutoras da Usina de Cubatão. 03/5/1926
Colocação de maquinário na primeira unidade geradora da Usina Henry Borden, antes de sua inauguração. 31/7/1926

A ideia era recolher as águas dos rios do planalto, que originalmente seguiam para o interior, alterar o seu curso e conduzi-las para o sopé da Serra, de forma a aproveitar o desnível de 720 metros da região e acionar as turbinas da usina para a geração de energia. Para tal empreendimento, foi concebido o Projeto da Serra, que incluía, além da Usina Henry Borden, um complexo de represas, estações elevatórias, canais, túneis e tubulação adutora. À época, considerado um dos maiores empreendimentos do mundo e, a hidrelétrica, a maior do país. Sua realização garantiria o desenvolvimento do parque industrial de São Paulo pelas quatro décadas seguintes.

A Usina de Cubatão – que teve seu nome alterado para Henry Borden em 1964 – foi inaugurada em 10 de outubro de 1926. Sua primeira unidade geradora garantiu um fornecimento inicial de 28 mil kW. Por meio de constantes ampliações que culminariam na instalação de 16 unidades geradoras, o projeto da Usina de Cubatão teve sua potência de geração de energia aumentada até ser finalizado em 1961. Ainda em operação, o complexo Henry Borden adquiriu outras funções ao longo das décadas, como o controle de cheias, e hoje só é acionado em ocasiões estratégicas.

Barragem do Rio das Pedras, integrante do complexo do Projeto da Serra. 09/10/1929


Casa de Válvulas da Usina, um ano após sua inauguração. Ao fundo,
as cidades de São Vicente e Praia Grande. 13/7/1927
Homens descarregando material para as obras da Usina, no Porto de Santos. 29/5/1935


Rede Museu da Energia

Museu da Energia de Salesópolis promove ação educativa sobre reciclagem

Em celebração ao Dia Mundial da Educação (28 de abril), até quinta-feira (30/4) o Museu da Energia de Salesópolis realiza a ação educativa “Aprendendo a Reciclar”. Na atividade, o público será instigado a refletir sobre a relação entre consumismo e meio ambiente a partir da exibição de um vídeo que apresenta o centro de coleta de materiais recicláveis da cidade, operado pela ARES – Associação dos Recicladores da Estância de Salesópolis.

“A ideia é promover um debate sobre a importância da reciclagem para evitar o desperdício de matérias primas e, consequentemente, uma reflexão sobre o consumo desenfreado de produtos e a importância da consciência ambiental”, explica o biólogo Fernando Maia, educador do Museu da Energia.

Ação educativa busca informar como funciona a coleta seletiva em Salesópolis. Foto de Caio Mattos

Espaço das Águas

Represa do Guaraú, pertencente ao antigo Sistema de Abastecimento da Cantareira, construído pela Companhia Cantareira e Esgotos. P. Doumet. 1892.
Acervo Memória Sabesp

Companhia Cantareira de Esgotos – a primeira empresa
de saneamento da Capital

Constituída em 25 de junho de 1877, a Companhia Cantareira e Esgotos foi a empresa responsável por implantar a primeira rede de água e esgotos na cidade de São Paulo. Uma iniciativa de três capitalistas da época – coronel Antonio Proost Rodovalho, major Benedicto Antonio da Silva e engenheiro Daniel Makinson Fox -, a companhia tinha como objetivo resolver o problema do abastecimento público da Capital que, até aquele momento, não possuía nenhum serviço de saneamento estabelecido. O acesso da população à água ocorria por meio da captação em chafarizes, fontes e córregos.

O projeto de Rodovalho, Silva e Fox, que tinha como base canalizar as águas da Serra da Cantareira para abastecer a cidade, começou a ganhar corpo com a contratação, em 1878, de engenheiros ingleses, em especial de Henry Batson Joyner, para desenvolver o projeto e conduzir as obras. Naquele mesmo ano, era colocada a pedra fundamental do reservatório da Consolação, com a presença do casal imperial D. Pedro II e Dª Teresa Cristina.

Em 1881, ano em que Joyner finalizou a primeira planta cadastral da Cidade, o reservatório da Consolação foi concluído, como também as obras do sistema de adução das águas do Cantareira, que eram capazes de abastecer o dobro da população – na época, 30 mil habitantes. Também foram utilizadas as águas das fontes do Ipiranga para abastecimento dos bairros do Brás, Água Funda, Ipiranga e Mooca. Ao lado de Campinas, Santos e Guaratinguetá, São Paulo passava a ser uma das quatro cidades do Estado a possuir sistema de abastecimento de água.

A Companhia Cantareira e Esgotos seguiu responsável pelos serviços de água e esgotos na Capital até 1892, quando foi encampada pelo Governo do Estado que criou, em seu lugar, em 1893, a Repartição de Águas e Esgotos – RAE.

Represa do Toucinho. P. Doumet. 1892. Acervo Memória Sabesp
Represa do Cassununga, pertencente ao antigo Sistema de Abastecimento
da Cantareira, o chamado “Cantareira Velho”. P. Doumet. 1892.
Acervo Memória Sabesp

Notícias

Museu da Energia
de São Paulo abre inscrições
para Oficina de Ação
Educativa em Museus

A partir do dia 5 de maio, o Museu da Energia de São Paulo abre inscrições para a oficina “Ação Educativa em Museus”. O workshop, que é gratuito e voltado a professores, educadores e demais interessados na área, será realizado no dia 23 de maio e tem por objetivo capacitar profissionais para o desenvolvimento de atividades educativas em instituições museológicas.

Ministrada pelo historiador e educador Michael Argento, a oficina terá a duração de quatro horas, com a entrega de certificado, e abordará os conceitos de educação formal e não formal, além dos temas “O profissional de educação em Museus – funções e objetivos”, “Noções de gestão do regime educativo”, “Público de Museus” e “Ações Educativas”. As atividades práticas acontecerão no espaço expositivo do Museu da Energia. Interessados deverão entrar em contato pelo e-mail saopaulo@museudaenergia.org.br ou pelo telefone 11 3333 5600, ramal 230.

As atividades práticas da oficina serão realizadas no espaço expositivo
do Museu da Energia. Foto de Caio Mattos

Museu da Energia de Itu
promove campanha da nova
exposição “Chafarizes”

Em abril, o Museu da Energia de Itu deu início à campanha “Chafarizes”, que estimula a participação do público em sua nova exposição, prevista para ser inaugurada em junho. Em fase de produção, a mostra apresentará a relação da cidade com as suas fontes de água: bicas, bebedouros e chafarizes. A ideia é que moradores e apaixonados pelo município enviem fotografias de acervo pessoal, antigas ou novas, de registros das fontes de água de Itu.

Além das fontes e chafarizes da cidade, como as das praças do Carmo e da Matriz, o Museu da Energia busca registros particulares de espaços como a Bica da Mimo, já desativada, do antigo bebedouro de animais da igreja de Santa Rita, da Caixa D’água de Itu e da Bica Santa Teresinha, que até hoje oferece água à população. Interessados em contribuir com o projeto podem entrar em contato pelo e-mail itu@museudaenergia.org.br ou pelo telefone 11 4022 6832.


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