BOLETIM – DEZEMBRO 2013

Memória

Ecoturismo Caminhos do Mar: a história da ligação entre o litoral
e o planalto paulista

Em 1837, o missionário metodista americano Daniel Parish Kidder chegou ao Brasil. Após desembarcar no Rio de Janeiro, seguiu para São Paulo pelo litoral, tendo que transpor a Serra do Mar pelo Caminho do Padre José de Anchieta. A trilha do jesuíta foi aberta pelos portugueses em substituição ao Caminho do Piaçaguera, principal via de acesso entre a costa e o planalto, utilizada pelos indígenas. “Panorama de rara beleza, pela variedade que apresenta: mar, terra, planícies, florestas, montanhas e estradas, e, além, o infinito maravilhoso”, registraria impressionado, em relato, Parish Kidder.

A história dessa primeira trilha aberta pelos portugueses na Serra do Mar, entre outras curiosidades, pode ser conferida e vivenciada no roteiro “Ecoturismo Caminhos do Mar”, que percorre a Estrada Velha de Santos (SP-148) e acaba de ser reaberto sob a gestão da Fundação Energia e Saneamento.

Localizado dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, o roteiro é, além de uma boa opção de ecoturismo, um programa histórico-cultural, pois apresenta, em seu percurso, vários monumentos e construções, alguns datados do centenário da Independência do Brasil, em 1922, e que registram a importância destes caminhos de interligação entre o litoral e o planalto para o desenvolvimento do Estado.

Primeira rodovia na América Latina a receber pavimentação em concreto, a Estrada Velha
aproveita o desenho da serra para traçar seu caminho até o litoral. Foto: Gustavo Secco

Além dos monumentos e da bela vista da Mata Atlântica e da Baixada Santista, proporcionada pelas curvas acentuadas da Estrada Velha, o visitante pode percorrer trechos da Calçada do Lorena, primeira trilha pavimentada com pedras a ligar o litoral ao planalto paulista, inaugurado em 1792.

Com 8 km, o roteiro “Caminhos do Mar” pode ser acessado tanto por São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, como por Cubatão. O empreendimento funciona de terça a domingo, das 9 às 16 horas, sendo necessário agendar a visita pelo telefone (13) 3372-3307.


Uma das atrações do roteiro é a Casa de Visitas, usada para hospedar o público
que vinha conhecer as obras do Alto da Serra na década de 20. Atualmente,
abriga exposição sobre a Usina Henry Borden. Foto: Maria Cecilia Furegato
Antigo ponto de parada de carros durante a viagem entre Santos e São Paulo,
o Pouso de Paranapiacaba é um dos monumentos construídos em comemoração
ao centenário da Independência. Foto: Maria Cecilia Furegato
Ponto de descanso e reabastecimento das viagens, o Rancho da Maioridade
é alusivo à estrada de mesmo nome, construída entre 1841 e 1846.
Foto: Maria Cecilia Furegato
O roteiro também possibilita ao visitante percorrer trechos da Calçada do Lorena, primeiro caminho pavimentado com pedras a ligar o litoral ao planalto paulista, inaugurado em 1792. Foto: Gustavo Secco

Bernardo de Lorena, governador-geral da extinta Capitania de São Paulo que ordenou a construção da calçada que levaria seu nome, é homenageado
no monumento Padrão do Lorena, no km 47,2 da Estrada Velha. Foto: Maria Cecilia Furegato


Rede Museu da Energia

Inauguração de nova biblioteca marca 14 anos
do Museu da Energia de Itu

Em dezembro, o Museu da Energia de Itu completou 14 anos de existência, e para celebrar a data, o espaço passou a oferecer mais um serviço à comunidade ituana: uma biblioteca. Instalado no andar térreo do edifício, o novo equipamento conta com cerca de 1.000 itens, entre livros, revistas, catálogos e outros documentos nas áreas de história, energia, sustentabilidade, saneamento e museologia, além de material sobre a cidade de Itu e publicações da Imprensa Oficial. A entrada no espaço é gratuita e os exemplares poderão ser consultados apenas no local.

Campanha da Gibiteca

Entre 4 de janeiro e 2 de fevereiro, o Museu realizará uma campanha de doação de gibis, com o objetivo de diversificar e aumentar o volume do acervo da biblioteca e sala de ação educativa voltado ao público infantojuvenil. As publicações poderão ser doadas na recepção do Museu, e ao participar da ação, o doador terá acesso livre às exposições da unidade.

Frequentadores do Museu agora poderão consultar, gratuitamente, livros nas áreas
de história, energia, sustentabilidade, saneamento e museologia

Espaço das Águas


Em 1936, em São Paulo, empregados injetam argamassa no extradorso das aduelas de um dos túneis da Adutora Rio Claro. Acervo Memória Sabesp


As águas do Rio Claro:
vencendo as distâncias para
abastecer a Capital

Apesar de concluído na década de 40, as origens do Sistema de Abastecimento de Água Rio Claro remontam aos primeiros anos do século 20. Naquela época, São Paulo passava por graves crises de abastecimento, pois os mananciais da Serra da Cantareira e a captação no Tietê não conseguiam suprir a demanda existente. Como solução, em 1905, o engenheiro sanitarista Saturnino de Brito publicou um parecer indicando o Rio Claro como um manancial a ser considerado.

No entanto, por localizar-se a 70 quilômetros da Capital, o Rio Claro teve sua adução adiada, pois a distância do manancial em relação a São Paulo prolongaria as obras do sistema e a demanda era urgente. Mesmo com o parecer negativo, em 1912, o senador e engenheiro José Mattoso Sampaio Corrêa propôs o primeiro projeto de adução do rio: as nascentes do curso encontravam-se em sua propriedade. O estudo foi rejeitado por ter deficiências técnicas.

Vista aérea da Estação de Tratamento de Água Casa Grande, pertencente
ao Sistema Rio Claro, em Biritiba Mirim, SP. Foto: Odair Faria / Acervo
Memória Sabesp

Somente em 1925, a Repartição de Águas e Esgotos, órgão responsável pelos serviços de saneamento na Capital, revisaria e aceitaria a proposta de Sampaio Corrêa. Naquele período, tiveram início a construção das barragens Casa Grande e Poço Preto, além das obras do Reservatório Mooca e da Lapa. Devido à grande extensão da canalização e suas dificuldades construtivas, a adutora Rio Claro demoraria 15 anos para ser concluída. Com a primeira etapa finalizada em 1939, o Sistema contribuía, ao lado do Guarapiranga, com o maior volume de água voltado à capital. Ampliado na década de 70, o Rio Claro produz, hoje, 4 mil litros de água por segundo, abastecendo 1,5 milhão de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo.

Em 1932, empregados trabalham em Salesópolis nas obras de construção de um aqueduto da adutora localizada entre Casa Grande e Poço Preto,
pertencente ao Sistema Rio Claro. Acervo Memória Sabesp

Notícias

Núcleo de Documentação
e Pesquisa terá novo endereço
em 2014


O Núcleo de Documentação e Pesquisa (NDP) da Fundação Energia e Saneamento, localizado na Rua do Lavapés, 463, no Cambuci, estará fechado entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014, período em que terá sua estrutura transferida para um novo endereço, no bairro da Penha. O prédio, pertencente à AES Eletropaulo, abrigará tanto o acervo da Fundação como a sala de atendimento aos pesquisadores. A Instituição detém um acervo composto por 260 mil documentos iconográficos (principalmente fotografias), 1.600 metros lineares de documentos textuais, 10 mil documentos cartográficos, 2.300 documentos audiovisuais e sonoros e 50 mil títulos na biblioteca.

Exposição sobre a Revolução de 1932 chega ao Museu da Energia
de Jundiaí

Após passar pelos Museus da Energia de São Paulo e Itu, a exposição itinerante “1932, o Ano da Revolução Constitucionalista” poderá ser conferida, entre 11 de dezembro e 18 de janeiro, no Museu da Energia de Jundiaí. A mostra reconta a história da guerra civil que mobilizou boa parte da população paulista por meio de imagens do acervo da Fundação Energia e Saneamento, selecionadas entre as mais de 300 que registram cenas da revolução. Entre os destaques, estão registros do alistamento e exames médicos dos soldados, a preparação de mulheres para atuarem no fronte como enfermeiras e a participação de indígenas na revolução.

Aviadores que participaram na Revolução de 1932

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