BOLETIM – OUTUBRO 2013

Memória

A Luz de São Paulo

Um dos bairros mais antigos da capital, a Luz preserva alguns dos edifícios mais importantes do patrimônio arquitetônico da cidade de São Paulo. O nome “Luz”, que pode parecer uma referência ao período áureo do bairro, marcado pela construção de edifícios e parques, bem como da chegada da iluminação pública (ora a gás, mais tarde elétrica), tem uma origem bem mais remota. Ainda no final do século 16, o português Domingos Luís Carvoeiro transferiu−se da povoação que é hoje o Ipiranga para o Guaré, levando consigo sua devoção a Nossa Senhora da Luz. Carvoeiro era casado com Ana Camacho, bisneta de João Ramalho, pioneiro da colonização paulista. A região da Capela de Nossa Senhora da Luz do Guaré passaria a ficar conhecida, mais tarde, apenas como Luz.

Vista da Região da Luz em 1910. À esquerda, os pátios ferroviários do Bom Retiro, vendo−se atrás o arvoredo do Jardim e da Estação da Luz.
Em primeiro plano, o casario dos Campos Elíseos, bairro residencial da elite cafeeira. Guilherme Gaensly
Jardim da Luz em 1908. Guilherme Gaensly

O cartão−postal da cidade

Nos séculos seguintes, as edificações sacras seriam uma marca do local, que passa a abrigar o Mosteiro da Luz, fundado em 1774 por Frei Galvão, e o Seminário Episcopal e Igreja de São Cristóvão, construídos entre 1853 e 1856. No entanto, a criação do Jardim da Luz em 1838 − antes Horto Botânico − torna−se a grande atração do bairro. O Jardim foi o primeiro parque público da cidade, e chega ao final do século 19 como o ponto de convergência da elite da capital. Ainda naquele século, o parque perde 20 braças para a construção da estação da ferrovia The São Paulo Railway, que ligava Santos a Jundiaí. Outras duas importantes construções deste período são o Liceu de Artes e Ofícios (atual Pinacoteca do Estado) e a Escola Politécnica, projetadas por Ramos de Azevedo. Já no início do século 20, o conjunto Estação−Jardim da Luz ganharia a alcunha de cartão−postal de São Paulo pelo fotógrafo Guilherme Gaensly.

Estação da Luz em 1902, durante as obras da linha de bonde que passa pelos pontilhões que correspondem à atual Av. Tiradentes com a rua Florêncio de Abreu.
À direita, o prédio da atual Pinacoteca do Estado. Ao fundo, a torre do Liceu Coração de Jesus. Guilherme Gaensly


Rua dos Imigrantes, atual José Paulino, no Bom Retiro. Em destaque, o estábulo destinado aos burros utilizados nos bondes a tração animal. 1901.
Guilherme Gaensly
Quartel General das Forças Revolucionárias na Rua João Theodoro, hoje sede do Batalhão da Rota, na Luz. Ao fundo, a chaminé da primeira usina termelétrica da cidade, que ainda hoje guarda as marcas da artilharia da Revolução de 1924

Rede Museu da Energia

Museu da Energia de São Paulo
reabre em 2014 com nova
mostra de longa duração

Quem ainda não visitou as exposições Desenhos da Energia e Memórias do Casarão, do Museu da Energia de São Paulo, deve aproveitar as próximas semanas: a partir de 11 de novembro, o espaço estará fechado para a montagem da nova mostra de longa duração, que substituirá as atuais. O Museu reabre em 2014 com a inauguração da exposição inédita, que aborda a transformação da cidade de São Paulo a partir da chegada da energia. Até o dia 31 de outubro, o público também poderá conferir os últimos dias da mostra Bom Retiro: Relatos − Retratos, da artista plástica Ofra Grinfeder.

Memórias do Casarão revela os principais momentos da história do edifício que
abriga o Museu da Energia, que foi a residência do cafeicultor Henrique
Santos Dumont, além de apresentar os processos de transformação do bairro
dos Campos Elíseos
Além de um roteiro técnico que aborda o desenvolvimento e os processos de
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, Desenhos da Energia
analisa o impacto dessas instalações na paisagem urbana e rural

Bom Retiro: Relatos − Retratos busca estabelecer a memória emocional de
membros da comunidade judaica paulistana que são assistidos pela Instituição Beneficente Ten Yad, fazendo um resgate do processo de imigração dos
judeus no Brasil

Espaço das Águas

Alto Cotia, o segundo grande
sistema de abastecimento de
água de São Paulo

Ainda no início do século 20, os mananciais da Serra da Cantareira, responsáveis pelo abastecimento de água da cidade de São Paulo, não supriam a demanda existente, já que a capital passava por um crescimento populacional vertiginoso. Para resolver o problema, o governo discutiu, de início, a adução das águas do rio Tietê, mas a proposta foi abandonada devido aos riscos que ofereceria à saúde pública, pois nos períodos de seca os dejetos lançados no curso não encontrariam escoamento. Sendo assim, depois de diversos estudos, em 1914 tiveram início as obras de adução do Rio Cotia, que ficava a um raio de 100 quilômetros da cidade e teria como função abastecer suas zonas alta e altíssima.

Em sua primeira etapa de execução, o projeto do Sistema Alto Cotia compreendeu a construção da barragem da Cachoeira da Graça, além de estações de tratamento e reservatórios, que passaram a levar um volume adicional diário de 120 milhões de litros de água a São Paulo. Mais tarde, já na década de 1920, foi inaugurada uma nova linha adutora e a barragem regularizadora Pedro Beicht, que tinha como função manter o abastecimento de água nas épocas de estiagem. O Sistema ainda sofreria obras de melhoramento e modernização até 1937, ano em que já abastecia bairros como Sumaré, Pacaembu, Higienópolis, Vila Madalena, Perdizes, Água Branca e o chamado “espigão da Avenida Paulista”.

Empregados trabalhando nas obras de assentamento da 2ª linha da adutora do Sistema Alto Cotia, em trecho da Avenida Brasil, no bairro Jardim Paulista. Década de 1920. Acervo Memória Sabesp
Represa da Graça, pertencente ao Sistema Alto Cotia. O Sistema é responsável pelo abastecimento de 380 mil habitantes dos municípios de Embu, Itapecerica da Serra, Embu−Guaçu, Vargem Grande e Cotia. Odair Faria. Acervo Memória Sabesp
No início do século 20, para criar o Sistema Alto Cotia, o governo do Estado desapropriou 10 mil hectares da área da bacia hidrográfica formada pelas nascentes do Rio Cotia. Em 1979, esta área se tornaria a Reserva Morro Grande, uma das últimas massas florestais nativas da região metropolitana de São Paulo. Odair Faria. Acervo Memória Sabesp
Obras de construção dos decantadores da Estação de Tratamento de Água do Alto Cotia. Situada em meio à Reserva Morro Grande,
as obras da Estação foram concluídas em 1937. Acervo Memória Sabesp

Notícias

Exposição inédita revela importância dos combustíveis
no desenvolvimento de São Paulo


Até o dia 10 de novembro, o Museu da Energia de São Paulo recebe a exposição Energia e Sustentabilidade: Combustíveis. A mostra, que conta com patrocínio da Petrobras, revela como os combustíveis participaram e contribuíram no desenvolvimento do Estado de São Paulo. Dividida em 16 painéis ilustrados, Energia e Sustentabilidade: Combustíveis apresenta um panorama histórico das fontes energéticas utilizadas no processo de urbanização e industrialização do Estado e os atuais desafios da indústria dos combustíveis, como a geração de energia limpa e sustentável. Após o dia 10 de novembro, a mostra migrará para o anexo externo do Museu, permanecendo no local até o dia 29.

Veículos na Avenida Prestes Maia. S.d. Acervo Fundação Energia e Saneamento


Museu da Energia de
Salesópolis estreia roteiro e
exposição sobre aves da
Mata Atlântica

Para comemorar o Dia da Ave (5 de outubro), o Museu da Energia de Salesópolis promove ao longo do mês de outubro atividades especiais inspiradas nas aves da Mata Atlântica. A programação “As Aves do Museu” integra uma exposição de fotografias das espécies observadas no parque de 156 hectares que compõe a área do Museu da Energia, além de uma saída a campo guiada para observação da avifauna local. Desde 2012, já foram observadas, fotografadas e catalogadas 190 espécies de aves na Mata Atlântica no entorno do Museu da Energia. A exposição fotográfica segue aberta até o dia 20 de dezembro.

Surucuá−variado é uma das aves fotografadas na área de Mata Atlântica
do Museu da Energia de Salesópolis. Crédito: Fernando Maia

Rede Museu da Energia realiza
programação especial para o
Dia das Crianças

Em outubro, a Rede Museu da Energia realizou ações educativas especiais para celebrar o Dia das Crianças. No dia 8, o Museu da Energia de Jundiaí abriu sua Brinquedoteca aos grupos escolares em visita, que foram convidados a confeccionar objetos relacionados à exposição Movimento e Energia. Na mesma data, a unidade de Salesópolis deu início à Semana Especial das Crianças com a atividade “Protetor Ambiental e Caçador”, que levou a criançada a refletir sobre os crimes ambientais.

No dia 11, em Rio Claro, os visitantes mirins conheceram o roteiro mais recente do Museu, “Saneamento”, além de participarem de uma dinâmica de classificação de materiais recicláveis. No sábado (12), Dia das Crianças, a unidade de São Paulo ofereceu uma gincana educativa pelas exposições Memórias do Casarão e Desenhos da Energia. Em Itu, uma brinquedoteca ao ar livre foi montada no Jardim do Museu da Energia, promovendo um sábado de jogos e brincadeiras.

No Museu da Energia de Jundiaí, crianças da Escola Municipal José Leme do Prado Filho confeccionaram brinquedos inspirados na exposição Movimento e Energia


Fundação reduz preço de livros históricos sobre São Paulo

A partir deste mês, três publicações que contêm imagens da Fundação Energia e Saneamento, à venda nas lojas da Rede Museu da Energia e no Núcleo de Documentação e Pesquisa, tiveram seus preços reduzidos. São elas: Imagens de São Paulo: Gaensly no acervo da Light 1899−1925 (de R$ 130,00 para R$ 75,00), Bonde: saudoso paulistano (de R$ 100,00 para R$ 50,00) e 1924 O Diário da Revolução − 23 Dias que Abalaram São Paulo (de R$ 40,00 para R$ 30,00). Aproveite e adquira o seu exemplar.


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