Usina Parque do Jacaré – Brotas, SP

A pequena central hidrelétrica foi inaugurada em 1944, em Brotas, Região Administrativa e Metropolitana de Campinas. Situada a noroeste do Estado, está inserida na bacia hidrográfica do Jacaré-Pepira, ou em tupi, jacaré esfolado, em razão da presença de afloramentos rochosos nos cursos sinuosos do rio, importante elemento de recarga dos aquífero Guarani e Serra Geral, com vegetação marcada pela transição entre Mata Atlântica e Cerrado. 

Seu reservatório fica no Distrito de Patrimônio de São Sebastião da Serra, em Brotas, em um desnível de mais de 100 metros entre o reservatório e a casa de máquinas. Sua construção foi marcada pelas dificuldades de obtenção de materiais, devido à Segunda Guerra Mundial. Por conta disso, a água represada em sua barragem chega à casa de máquinas por meio de uma tubulação horizontal construída com placas de madeira, amarradas por cintas de ferro. 

A área contém também uma chaminé de equilíbrio de concreto que servia como câmara de compensação, uma casa de máquinas com tijolos aparentes e uma vila residencial com cinco casas. Detalhes presentes no conjunto dos imóveis, remetendo à rugosidade da pele de jacaré, lembram o arquiteto catalão Antoni Gaudí. 

A Usina Parque do Jacaré voltou a gerar energia em 2021 e atualmente integra o estudo de reposicionamento e alavancagem de parcerias da Fundação Energia e Saneamento, para abrigar um polo do Centro Interdisciplinar de Extensão, Pesquisa, Ensino e Inovação (Ciepei), constituído em parceria com a Unesp. 

A avaliação quanto à viabilidade técnica e comercial do estabelecimento de fontes alternativas de energia, em complemento à geração hidrelétrica, e a articulação com os empreendimentos locais de ecoturismo e turismo de aventura integram os estudos de reposicionamento da Fundação para esta unidade, que também deverá se constituir em polo para apoiar a restauração ecológica e ações educativas e socioambientais voltadas ao território.