BOLETIM – NOVEMBRO 2013

Memória

Mapas “Sara Brasil”: a impressão digital da velha São Paulo

Mais de 300 cursos d’água correm pela cidade de São Paulo. Um deles é o rio Itororó, tamponado sob a Avenida 23 de Maio e que, na altura da Praça das Bandeiras, encontra o Rio Saracura, encoberto pela Avenida 9 de Julho. O destino dos dois cursos é desaguar no Tamanduateí, hoje canalizado e que passa sob o Parque D. Pedro II. Dos vales que formavam estes rios, restam apenas fotografias antigas. Mas como visualizar o percurso original destes e de outros cursos d´água paulistanos, hoje encobertos pelo crescimento de São Paulo?

Uma das preciosidades do acervo da Fundação Energia e Saneamento é a coleção de mapas SARA Brasil. Encomendados pela Prefeitura de São Paulo no final da década de 20, os mapas precedem, em questão de anos, a construção das Avenidas 23 de Maio e 9 de Julho. Neles é possível ver os vales do Saracura e Itororó, como também do Tietê. No entanto, a “impressão digital” dos recursos hídricos paulistanos é apenas uma das valiosas informações da coleção. O trabalho de elaboração dos mapas topográficos foi considerado pioneiro na época, tornando São Paulo a primeira cidade do mundo a possuir uma coleção de plantas articuladas, em escala grande, e com precisão incomparável.

“A importância da obra executada colocava a bela e florescente metrópole sul-americana à frente de todas as demais cidades pela precisão
e perfeição de suas plantas”, ficaria registrado nos anais do 4º Congresso Internacional de Fotogrametria, realizado em Paris em 1934

Apesar da retificação do Tietê ter se concretizado na década de 40, o impacto no vale original do rio já havia começado na década de 20, como registra o mapa


Método Nistri de Aerofotogrametria

Fundada em 1921 pelos irmãos italianos Umberto e Amedeo Nistri, a empresa SARA (Società per Azioni Rilevamenti Aerofotogrammetrici), sediada em Roma, foi a responsável por realizar o levantamento topográfico da capital paulista, utilizando a aerofotogrametria (uso de aeronaves para a tomada fotográfica métrica). O trabalho teve início em 1929, no governo de José Pires do Rio, sendo utilizado um aparelho fotogramétrico elaborado pelos próprios irmãos Nistri, acoplado em aviões vindos da Itália, entre eles os monomotores FIAT AS. 1 e o CA. 97. No total, foram executadas 4 mil fotos no formato 13 x 18 cm, que seriam utilizadas para a elaboração das cartas topográficas. O material foi impresso no Instituto Geográfico de Agostini, em Novara, Itália.

Interrompido durante a Revolução Constitucionalista de 1932, o levantamento foi entregue à municipalidade em 1933 e resultou em 132 mapas e 20 fotocartas. Entre os diversos dados da São Paulo antiga, apresenta as estradas de ferro, linhas de bonde, o arruamento, pontes, matas, rios e até mesmo depressões que sofriam inundações em determinados períodos do ano. As plantas, nas escalas 1:1.000, 1:5.000 e 1:20.000, abrangem uma área de 100 mil hectares, e serviriam como base aos projetos urbanísticos da cidade que estariam por vir, e que, ironicamente, transformariam a configuração da São Paulo da década de 20, eternizada na coleção SARA Brasil.

Rede Museu da Energia

Readequeção transformará “Casa Eloy Chaves” em uma edificação eficiente sob a ótica energética e hídrica


Reestruturação do Museu da Energia de Rio Claro tem início
em dezembro

A partir de dezembro, a Fundação Energia e Saneamento dá início ao processo de reestruturação das instalações e atividades pedagógicas do Museu da Energia de Rio Claro. Em convênio com a Secretaria de Energia do Estado de São Paulo, a readequação seguirá os conceitos de sustentabilidade, e contempla a transformação da “Casa Eloy Chaves”, antiga sede da usina hidrelétrica do Corumbataí, em uma edificação eficiente sob a ótica energética e hídrica.

“A ideia é transformar o Museu da Energia de Rio Claro em uma unidade que dissemine conceitos sobre o uso racional da energia e as práticas efetivas de eficiência energética em toda a sua cadeia, do suprimento ao uso final, bem como divulgar novas tecnologias”, explica Mariana Rolim, superintendente da Fundação Energia e Saneamento.

As adequações estruturais contemplam, por exemplo, o aproveitamento da ventilação e da luz natural e o uso de painéis solares para o aquecimento de água e a geração de eletricidade. Visando o uso eficiente da água, também está prevista a construção de um sistema de reúso de água da chuva para fins não potáveis (destinada ao vaso sanitário, tanque e torneira externa). As obras têm previsão de término para março de 2014.

Espaço das Águas

Vista panorâmica da construção da Barragem da Represa Guarapiranga, antes denominada Represa Santo Amaro. 1908


Guarapiranga, o segundo
maior sistema produtor de
água de São Paulo

Diferente dos demais sistemas de abastecimento de água que atendem São Paulo, a represa do Guarapiranga foi construída com uma finalidade diferente: regularizar a vazão do rio Tietê e aumentar a capacidade de geração de energia da Usina de Santana de Parnaíba (1901), a primeira hidrelétrica a abastecer o Estado de São Paulo e que tinha sua produção comprometida em épocas de estiagem. Por este motivo, a companhia canadense Light – responsável pelos serviços de produção e distribuição de energia elétrica na capital na época – iniciou, em 1906, a construção do lago artificial do rio Guarapiranga, que ficaria pronto em 1909.

Somente em 1927, em virtude do problema de falta de água e na demora na execução das obras do Sistema Rio Claro, a Guarapiranga se tornou alvo de estudos para o abastecimento público. As obras de adução duraram 11 meses e em 1929 foi inaugurada a primeira adutora. Em 1948, foi dado início à construção de uma segunda adutora que dobraria o volume de água captado. A partir da década de 60, a ocupação desordenada às margens do reservatório se tornou o principal desafio do Sistema Guarapiranga, que é hoje o segundo maior da região metropolitana em produção de água.

Após a construção da represa, Santo Amaro passou por diversas transformações,
atraindo para a região muitos visitantes
Em foto atual, a vista aérea da ocupação desordenada nas margens da Bacia do Guarapiranga

Notícias

Fundação Energia e
Saneamento lança livro sobre
Belle Époque paulistana


A Fundação Energia e Saneamento lança, no próximo dia 30 de novembro, sua mais nova publicação: Belle Époque na garoa – São Paulo entre a tradição e a modernidade. O livro, que reúne texto da historiadora Marcia Camargos e imagens do acervo da Fundação, retrata os desdobramentos da Belle Époque na capital paulista, com destaque para as transformações urbanas, sociais, políticas e culturais ocorridas na cidade no início do século 20. Iniciada no contexto europeu no final do século 19, a Belle Époque teve seu reflexo na realidade brasileira e caracterizou-se por um período cultural de triunfo da sociedade capitalista, ratificado pelas conquistas materiais e tecnológicas da época. Aberto ao público, o evento de lançamento da obra acontecerá no Museu da Energia de São Paulo, a partir das 10h30.

Museu da Energia de Itu recebe feira itinerante “Energia Total, Gás Natural”

A partir do dia 5 de dezembro, quem visitar o Museu da Energia de Itu poderá conferir uma atração para as férias de verão, a exposição itinerante “Energia Total, Gás Natural”. Um projeto da Gas Fenosa, patrocinadora do Museu, a feira educativa é composta por quatro estações de jogos cooperativos que apresentam informações sobre o gás natural, suas aplicações e vantagens ambientais. No percurso educativo, o público adulto e infantil poderá explorar as estações “A Origem do gás natural”, “Para que serve o gás natural?”, “O que o gás natural traz de bom?” e “Transformando o mundo”. A ação permanece no Museu até o dia 26 de janeiro.

Na exposição, maquetes, painéis informativos, filmes e simulações de instalações
de distribuição apresentam os usos do gás natural

Encontro internacional de
sistemas hidráulicos promove
visita técnica ao Museu da
Energia de Rio Claro

No dia 1º de novembro, o Museu da Energia de Rio Claro recebeu a visita de uma comissão do I Latin Hydro Power & Sistems Meeting, encontro internacional que reuniu, em Campinas, entidades de pesquisa e especialistas nas áreas de máquinas hidráulicas, componentes associados e sistemas. Cerca de 30 profissionais de diversas nacionalidades foram recebidos pela equipe do Museu para uma visita técnica. Na ocasião, o grupo pôde conhecer a história e funcionamento da Usina do Corumbataí, terceira hidrelétrica mais antiga do Estado e que completou 118 anos no dia 15 de novembro.  

Engenheiros e demais profissionais da área de sistemas hidráulicos conheceram
a história da Usina do Corumbataí

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