BOLETIM – SETEMBRO 2013

Memória

Theatro Municipal de São Paulo: 102 anos de história

No carnaval de 1898, o antigo Teatro São José, importante espaço cultural de São Paulo que recebia diversas companhias estrangeiras, foi destruído por um incêndio. A cidade, que se encontrava em pleno crescimento econômico e populacional e se espelhava em grandes centros culturais como Paris, aproveitou o incidente para alavancar um projeto que a elite paulistana já alimentava desde 1895: a construção de uma grande casa de óperas que desse projeção à jovem metrópole.

E foi assim que, em 1903, a pedra fundamental do Theatro Municipal de São Paulo foi lançada pelo então prefeito Antônio Prado (1840-1929). Idealizado pelo arquiteto e cenógrafo italiano Cláudio Rossi (1850-1935), colaborador do Escritório Técnico de Ramos de Azevedo, o edifício de estilo eclético foi construído inspirado na Ópera de Paris. O detalhamento arquitetônico foi realizado com a colaboração de Domiziano Rossi (1865-1920), contando com obras de arte como bustos, colunas neoclássicas, bronzes, vitrais, mosaicos e mármores.

Theatro Municipal durante seu período de obras, 19 de julho de 1907
Anúncio da inauguração do Theatro Municipal com a data de 11 de setembro de 1911, mas que seria atrasada em um dia

Fato inusitado é que a grande inauguração do Theatro Municipal se deu com um dia de atraso, em 12 de setembro de 1911. Responsável pelo concerto inaugural, a companhia do barítono italiano Titta Ruffo, na época no auge da fama, vinha de Buenos Aires, mas os navios com os cenários e figurinos não chegaram a tempo ao Porto de Santos. Ruffo e sua Cia estrearam a Casa com a ópera Hamlet, do francês Ambroise Thomas. No entanto, para abrir a noite, optou-se por um trecho da obra brasileira “O Guarani”, de Carlos Gomes.

Uma multidão de 20 mil pessoas conferiu, de fora, a inauguração do Theatro, e mais de cem dos trezentos veículos da frota paulistana da época provocaram o primeiro congestionamento de veículos da cidade. Onze anos mais tarde, o local seria palco da Semana de Arte Moderna de São Paulo, evento símbolo do início do modernismo no Brasil. Em sua história, o Theatro Municipal recebeu grandes nomes, como Maria Callas, Villa-Lobos, Enrico Caruso, Mikhail Baryshnikov, Duke Ellington e Ella Fitzgerald.

Saiba mais: Livro “Theatro Mvnicipal de São Paulo: 100 anos – Palco e plateia da sociedade paulistana”, de Marcia Camargos.

Vista do Teatro Municipal a partir do Viaduto do Chá. O edifício, prestes a ser inaugurado, representava um importante cliente da Light, que foi responsável
pelas instalações elétricas. No dia de inauguração, a empresa instalou 42 lâmpadas americanas Adams-Bagnall nas escadarias de acesso.
Foto de Guilherme Gaensly, década de 1910
Viaduto do Chá e à direita, ao fundo, o Teatro Municipal, s.d. Na imagem, dos primeiros anos do século 20, ainda é possível ver parte do casario que seria demolido para a abertura do Vale do Anhangabaú
Parque do Anhangabaú em 1983. Ao centro, em destaque, está o Theatro Municipal. O projeto de urbanização da região e abertura do parque data da década de 1910

Espaço das Águas

Cantareira Velho: o início do
saneamento em São Paulo

Até o final do século 19, a população de São Paulo tinha acesso à água pelos rios, córregos e fontes naturais. No entanto, com o crescimento populacional, a questão do abastecimento se tornou um problema coletivo, o que levou um grupo de empresários a criar, em 1877, a Companhia Cantareira e Esgotos, a primeira instituição responsável pelos serviços de saneamento na Capital.

O projeto do “Cantareira Velho”, primeiro sistema de abastecimento de água de São Paulo, já datava de 1863, mas só seria colocado em execução com a criação da Cia Cantareira. Com capacidade para abastecer 60 mil habitantes – o dobro da população existente na época, o Sistema foi inaugurado em 1881. Os primeiros beneficiários do empreendimento foram moradores de 71 prédios do bairro da Luz que receberam água em casa, em 1883. No mesmo ano, ficaria pronto o Reservatório da Consolação, responsável pelo abastecimento do centro da cidade.

Já na última década do século 19, a Cantareira e Esgotos não conseguiu manter e ampliar o Sistema, fazendo com que o Governo assumisse o controle dos serviços de saneamento criando a Repartição de Água e Esgotos da Capital (RAE). Neste período, o Estado ampliou a captação de água da Serra da Cantareira aproveitando todos seus recursos hidráulicos e estendeu a rede de esgotos a toda a área habitada de São Paulo. O “Cantareira Velho” contribuiria para o abastecimento da cidade até a década de 1970, quando foi substituído por um novo sistema.

Passagem do Matheus, do “Cantareira Velho”, localizada em meio à Serra da Cantareira. 1893. Foto de P. Doumet. Acervo Memória Sabesp

Estação Elevatória do Engordador, pertencente ao antigo Sistema de
Abastecimento da Cantareira. 1901. Foto de P. Doumet. Acervo Memória Sabesp
Represa do Toucinho, na Serra da Cantareira, pertencente ao “Cantareira Velho”. 1893. Foto de P. Doumet. Acervo Memória Sabesp



Represa Principal do Engordador, do antigo Sistema Cantareira. 1893. Foto de P. Doumet. Acervo Memória Sabesp

Aberta exposição sobre
comunidade judaica do Bom
Retiro no Museu da Energia de
São Paulo

Até o final de outubro, o Museu da Energia de São Paulo recebe a exposição inédita “Bom Retiro: Relatos – Retratos”, da artista plástica Ofra Grinfeder. A mostra, que ocupa a área externa do Museu, apresenta telas de personagens da Instituição Beneficente Ten Yad, e busca estabelecer a memória emocional destes adultos e idosos com carências significativas e que pertencem à comunidade judaica. Os quadros acompanham relatos dos personagens coletados em depoimento pela professora Itanira Heineberg.

Metrô República recebe mostra
sobre a Revolução de 1932 até
o final do mês

Entre os dias 10 e 30 de setembro, a Estação República do Metrô de São Paulo abriga a exposição “1932, o Ano da Revolução Constitucionalista”. A mostra é composta por imagens do acervo da Fundação Energia e Saneamento, selecionadas entre as mais de trezentas que registram cenas da Revolução Paulista.

Grupo geral de aviadores, S.d.

Museu da Energia de
São Paulo recebe intervenção
artística de Alexandre Órion

O muro do Museu da Energia de São Paulo recebeu, no último mês, uma intervenção do artista multimídia Alexandre Órion. A ação integra o projeto “Bom Retiro e Luz”, do Sesc Bom Retiro, que apresenta as transformações do bairro paulistano nas últimas décadas por meio de intervenções de grafite e fotografias das famílias antigas e atuais da região. Outro projeto de valorização dos bairros no entorno do Museu é o ” Ciclo de Olhares – Luz e Sombra de São Paulo“, que, entre outras ações, selecionará 24 cartas de amor à região da Luz para um programa de performances e intervenções urbanas inspirado nos bairros do Bom Retiro, Campos Elíseos, Santa Ifigênia e Luz.  

Intervenção de Alexandre Órion no muro do Museu da Energia de São Paulo

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Espaço das águas